DOENÇA DE ALZHEIMER E AS INOVAÇÕES PARA O SEU DIAGNÓSTICO PRECOCE
DOENÇA DE ALZHEIMER E AS INOVAÇÕES PARA O SEU DIAGNÓSTICO PRECOCE
A doença de Alzheimer (DA) é um distúrbio neurodegenerativo caracterizado por perda progressiva de memória e declínio da função cognitiva, incluindo linguagem, atenção e raciocínio. É a causa mais comum de demência e afeta milhões de pessoas em todo o mundo. De acordo com o Ministério da Saúde, a doença atinge ou pode vir a atingir mais de 1,2 milhão de pessoas no país.
A causa exata ainda não é totalmente compreendida, mas acredita-se que envolva uma combinação de fatores genéticos, ambientais e de estilo de vida. Acredita-se que depósitos anormais de proteínas chamadas placas amiloides e emaranhados neurofibrilares desempenhem um papel fundamental no desenvolvimento da doença.
Não há cura para a DA, mas existem tratamentos disponíveis para ajudar a controlar os sintomas e retardar a progressão da doença. Esses tratamentos incluem medicamentos, terapias cognitivas e comportamentais e cuidados de suporte.
Quanto mais precoce for a descoberta, mais opções terapêuticas e intervenções podem ser oferecidas ao paciente podendo, inclusive, retardar o progresso da doença, além de preservar sua qualidade de vida por mais tempo. Os sintomas dependem da evolução da doença, que se divide em cinco fases: pré-clínica; comprometimento cognitivo leve devido a DA; e demência leve, moderada e grave por DA. Aqui estão alguns sinais que podem indicar o início da doença:
- Esquecimento frequente: esquecimento de eventos recentes, nomes de pessoas e objetos comuns.
- Dificuldade de realizar tarefas simples: dificuldade em realizar tarefas familiares, como cozinhar ou tomar banho.
- Dificuldade de se comunicar: dificuldade em encontrar as palavras certas, falar com clareza ou seguir uma conversa.
- Mudanças de humor e personalidade: apatia, ansiedade, depressão e comportamentos estranhos.
- Perda de orientação espacial e temporal: dificuldade em se lembrar do dia da semana ou da localização de objetos.
Se você ou alguém próximo a você estiver apresentando esses sintomas, é importante consultar um médico para avaliação e realização de exames complementares. O diagnóstico definitivo de Alzheimer só pode ser feito por um profissional de saúde, geralmente um neurologista.
INOVAÇÕES NO DIAGNÓSTICO PRECOCE
O diagnóstico da Doença de Alzheimer é por exclusão. O rastreamento inicial deve incluir avaliação de depressão e exames de laboratório com ênfase especial na função da tireoide e nos níveis de vitamina B12 no sangue. Hoje, as soluções tecnológicas representam ferramentas úteis para melhorar o processo de diagnóstico, gerenciamento e tratamento dos sintomas relacionados à DA. Avanços constantes na tecnologia fornecem o potencial para a criação de estratégias inovadoras para o diagnóstico de sintomas relacionados à DA.
Alguns dos biomarcadores mais utilizados é a proteína beta-amiloide e a relação beta-42/beta-40, a proteína Tau total e Tau fosforilada. Habitualmente, o que encontramos em pacientes com Mal de Alzheimer é uma redução na proteína beta-amiloide e da relação beta-42/beta-40, com elevação da Tau-fosforilada e do neurofilamento.
O Brasil apresentou um avanço importante na detecção precoce de Alzheimer em 2019, com o método desenvolvido por pesquisadores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas): a análise da morfologia (do formato) do cérebro, com o uso de imagens 3D geradas por ressonância magnética, permitindo apontar se a doença já está em curso ou se há indicações de que possa vir a se desenvolver.
Outro exame disponível recentemente no Brasil é o PET amiloide, primeiro exame de imagem não invasivo para a detecção de placas beta-amiloide, que se agrupam no cérebro e são consideradas os principais marcadores da enfermidade. Esse exame tem como objetivo medir o volume dessas placas que, quando acumuladas, interferem no funcionamento das células cerebrais. Além desse exame de imagem, há ainda um novo exame que possui uma alta sensibilidade e utiliza o método de espectrometria de massa para detectar dois tipos dessa proteína.
Se você ou alguém próximo a você estiver apresentando esses sintomas, é importante consultar um médico para avaliação e realização de exames complementares. O diagnóstico definitivo de Alzheimer só pode ser feito por um profissional de saúde, geralmente um neurologista, e o diagnóstico precoce é sempre o melhor caminho.
Referências:
ALMEIDA, Luciane. Diagnosticar Alzheimer: quanto mais cedo – e com mais precisão –, melhor. NewsLab, 2022. Disponível em: < https://newslab.com.br/diagnosticar-alzheimer-quanto-mais-cedo-e-com-mais-precisao-melhor/>.
Alzheimer’s Association. (2021). Early Detection of Alzheimer’s Disease. Disponível em: <https://www.alz.org/alzheimers-dementia/early-detection>.
National Institute on Aging. (2021). Early-Onset Alzheimer’s Disease. Disponível em: <https://www.nia.nih.gov/health/early-onset-alzheimers-disease>.
BIOMARCADORES E OS AVANÇOS NO DIAGNÓSTICO DO ALZHEIMER E OUTRAS DEMÊNCIAS. NeuroLife, 2022. Disponível em: <https://neurolife.com.br/biomarcadores-e-os-avancos-no-diagnostico-do-alzheimer-e-outras-demencias/>.
LEITE, José. Avanços na medicina e acolhimento na luta com o Alzheimer. Saúde Abril, 2022. Disponível em <https://saude.abril.com.br/coluna/com-a-palavra/avancos-na-medicina-e-acolhimento-na-luta-com-o-alzheimer/>
CARVALHO, Betina Bojunga et al. Neuroimagem no entendimento da evolução da doença de Alzheimer: da fase pré-sintomática à doença avançada. Acta méd.(Porto Alegre), p. [7]-[7], 2015.
CAMMISULI, Davide Maria; CIPRIANI, Gabriele; CASTELNUOVO, Gianluca. Technological solutions for diagnosis, management and treatment of Alzheimer’s disease-related symptoms: a structured review of the recent scientific literature. International Journal of Environmental Research and Public Health, v. 19, n. 5, p. 3122, 2022.