A IMPORTÂNCIA DA DOSAGEM DO CÁLCIO IÔNICO JUNTAMENTE AO PH
A IMPORTÂNCIA DA DOSAGEM DO CÁLCIO IÔNICO JUNTAMENTE AO PH
O cálcio é o metal mais abundante no corpo humano e desempenha um papel essencial em diversos processos celulares. Ele é armazenado no Retículo Nucleoplasmático no núcleo celular e pode atuar como mediador intracelular, cumprindo uma função de segundo mensageiro. Contudo a maior parte de cálcio encontrada no organismo adulto, cerca 92,5%, está nos tecidos ósseos. Apenas uma pequena parte encontra-se na forma circulante e é capaz de ser direcionada e utilizada em outras funções, como: atividades das membranas celulares, impulsos nervosos, contração muscular, controle de acidez do sangue, divisão celular, controle hormonal, controle de algumas enzimas quinases que realizam funções de fosforilação como na proteína quinase C (PKC) e na coagulação sanguínea.
O cálcio circulante permanece em equilíbrio dinâmico em várias formas, sendo que aproximadamente 45-50% estão na forma iônica; 40% ligado às proteínas, como a albumina, e outros 10-15% estão ligados à ânions como bicarbonato, fosfato e lactato, sendo chamados de cálcio complexado. O cálcio ionizado é a forma fisiologicamente ativa presente nos líquidos extracelulares, também sendo chamado em alguns casos como cálcio livre.
Em comparação com a dosagem do cálcio total, a determinação do cálcio ionizado apresenta a vantagem de se referir à fração do elemento fisiologicamente ativa. Além do fato de que o cálcio ionizado não apresenta as variações que o cálcio total por conta da taxa de proteínas.
INFLUÊNCIA E IMPORTÂNCIA DA DOSAGEM DO PH
Mudanças no pH das amostras influencia fundamentalmente os níveis de cálcio ionizado, uma vez que, os íons de H competem com o cálcio ionizado pelos sítios de ligação na albumina, principalmente com os grupos carboxilados. Deste modo, o pH sérico deve também ser determinado, a fim de corrigir ou de interpretar o cálcio iônico em relação ao pH fisiológico de 7,4 ± 0,2.
Em um paciente com acidose (pH↓), por exemplo, a ligação do cálcio à albumina diminui e isso pode causar um aumento na fração livre (ionizado) de cálcio no sangue, ou seja, um aumento nos níveis de cálcio ionizado. Do mesmo modo, um paciente com alcalose (pH↑) terá uma redução na quantidade de cálcio ionizado. A cada diminuição de 0,1 no pH o cálcio ionizado aumenta 0,2 mg/dL.
Como a concentração de cálcio ionizado varia com o pH, deve-se sempre tomar cuidado para não expor as amostras ao ar antes da análise, pois a perda de CO2 alcalinizará a amostra e irá influenciar na medição do íon. A escolha do tubo de coleta também é essencial, pois muitos anticoagulantes comuns, como o EDTA e citrato, por exemplo, funcionam complexando o cálcio livre e, portanto, levam a uma concentração de cálcio ionizado medida falsamente diminuída. As diretrizes da Federação Internacional de Química Clínica e Medicina Laboratorial (IFCC) recomendam a heparina como o anticoagulante de escolha para a medição do cálcio ionizado.
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Referências:
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